Improvisando

Experimentando uma nova forma de escrever: no improviso ao som de Supersonic do Oasis.

Foi uma escolha completamente consciente minha de me cercar de pessoas com personalidades artísticas. Admito que achei que ia ser muito inspirador, que ia me incentivar a ser criativa, que ia me dar assunto para qualquer coisa que eu quisesse escrever.
Todos os meus amigos são excêntricos: fotógrafos, pintores, escultores de areia, cartunistas, caricaturistas, músicos, poetas, cronistas, compositores, escritores... Até minha a anormal que eu divido o apartamento, Jessica, tem um book gigante de tirinhas.
Mas às vezes não é tão bom assim. Odeio admitir mas minha mãe tinha razão, artistas são difíceis de lidar. A criatividade em excesso faz com que seja difícil de acompanhar sua linha de raciocínio. Isso sem considerar os mais impulsivos, que acabam me levando a loucura (como por exemplo tirar fotos na praia vestida de japonesa com uma espada na mão na frente de um bando de pescadores). E tem vezes que é difícil conviver com os junkies e drug-addled, os alcoolatras inveterados, os fumantes compulsivos, os cafeine freaks e os suicidles.

Sim, viver com pessoas artísticas me inspira, me desafia diariamente, me dá material pra escrever, salva do tédio diariamente, me obrigada a estar sempre conhecendo coisas novas (e não me refiro a drogas) e sim, é muito bom. Se você tiver uma cabeça já feita. Se você simplesmente cair nesse mundo, acaba se perdendo. Se fechar os olhos por alguns segundos, tropeça. Mas não, não trocaria a minha vida por nada.

E com certeza nunca mais vou tentar improvisar ouvindo Oasis, não faz meu estilo.

I Kinda Always Knew I'd End Up Your Ex-Girlfriend

Por que ex-namorados não podem simplesmente sumir de nossas vidas? Por que eles tem que voltar a arruinar tudo? Por que luz de velas conseguem nos fazer cogitar a hipótese de perdoá-los? Por que as coisas não podem voltar a ser como eram antes de os conhecermos? Por que o sexo de reconciliação é tão estupidamente melhor?

Talvez eu tenha um sério problema congenito e meu cerébro não tenha a parte responsável pelo bom senso. Talvez velas aromáticas não devessem existir. A taxa de divórcio talvez fosse muito mais alta se o sexo de reconciliação fosse ruim.

O que eu não entendo é por que mesmo que eu tente me convencer de que eu não o quero mais, eu ainda sinto ciúmes de cada garota que aparece na vida dele? Por que eu procuro sempre algum defeito nas novas namoradas que estão com ele? Eu queria ter a capacidade de esquecer e seguir em frente, mas admito que é mais fácil falar do que fazer. Se eu realmente quisesse que ele não fosse mais parte da minha vida, ele não seria mais parte da minha vida. Sou um tanto masoquista e me torturo com isso. É o único motivo para eu continuar sofrendo por ele.

Como duas letras no começo de uma palavra vão mudar o que eu sinto por ele? E-X. Basta eu lembrar que existe um bom motivo para essas letras terem sido associadas a ele, e não deixar o cheiro dos cigarros sem filtro dele me fazerem esquecer disso.

Alguém pode me dizer que isso não acontece só comigo???